FLOR DE MOSAICO

Parede branca, de contornos imprecisos,

Superfície áspera, inerte, muda.

Num mosaico confuso

de pensamentos compulsórios,

Dentre cores falhas,

Cacos contundentes,

Espelhos trincados de tempo,

Mister era pavimentar o vácuo

de existência caiada e mendigada,

Ajulejar os sentimentos,

Subsistir na parede dura da existência.

Munidas de coragem

as mãos,

então operaram a argamassa

de mistura amorfa

Vulnerável,

Submissa aos cenários

criados na eflorescência da angústia oculta.

Um a um grudou todos seus cacos

Pavimento suado,

artisiticamente alinhado...

E numa flor de mosaico morto

Ressurgiu visceralmente,

Em ressurgência viva.

Num alegre reflorescer ilusório...

Antes que não lhe houvesse mais tempo,

de ser apenas flor.