Pó e azia

Minha poesia, às vezes é sonsa.

Sem sal e insossa.

Hora assonante, outra aliterada;

Vezes branda outras, amiga da onça.

Não tem nexo nem sexo.

Ela cria, à luz da inspiração,

Poema côncavo ou convexo.

Reflexo de tudo ou nada.

Quase sempre, poesia calada. Falada,

Enuncia o que vê, o que não crê;

Um pouco de cada.

Tira da loucura a lucidez insana.

Seu sarro remove o barro

Que arranha o carro. Catarro.

Trova a manha da aranha caetana

E assanha a Espanha.

Messa essa sua tamanha sanha,

E verás que ela não se acanha.

Como uma manhã medonha,

Cega na saga da cegonha,

Não bronha, não sonha. Peçonha.

Iraria. Porém, a ira não vira;

Apenas cai e pira. Caipira...

Levanta sacode a poeira

E volta para a alça da mira. Atira.

Mas ninguém a tira

Dessa dança que cansa. Catira.

Cansada, se lança e balança

Nas rédeas da rede. Moinho. Criança.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 23/08/2013
Reeditado em 24/08/2013
Código do texto: T4448667
Classificação de conteúdo: seguro