RASGA ESSES MEUS POEMAS!

Rasga esses poemas que eu te criei, amor!

Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,

que o fogo os queime até as cinzas,

que sejam arrastados pelo vento

e enterradas no vazio.

Rasga-os da mente, do coração!

Descodifica a sete chaves que trancaste

para que ninguém os roubasse,

deita-os ao nada de todos os momentos

em que te depositei as palavras mais loucas

mais doidas do meu amor.

Rasga esses poemas de ternura que te dei!

Lança-os ao mar a expropriação que de mim fizeste

a este empobrecido amor endoidecido.

Sonhei sempre em te dar todas as palavras

doces de meu ser amargurado,

mas meus versos assim ocos, palavras vazias

que desconseguem preencher a fome da tua alma

os meus versos, rimas perdidas

em ventos dispersos

"Baldes d'água fria" sobre meu intimo

Com o que iludo para te ter, para te amar!

Quem me dera encontrar um poema puro,

Um verso, uma rima forte, estranha, dura,

que dissesse a chorar tudo isto que sinto.

Lionel Português
Enviado por Lionel Português em 23/08/2013
Código do texto: T4447540
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