RASGA ESSES MEUS POEMAS!
Rasga esses poemas que eu te criei, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
que o fogo os queime até as cinzas,
que sejam arrastados pelo vento
e enterradas no vazio.
Rasga-os da mente, do coração!
Descodifica a sete chaves que trancaste
para que ninguém os roubasse,
deita-os ao nada de todos os momentos
em que te depositei as palavras mais loucas
mais doidas do meu amor.
Rasga esses poemas de ternura que te dei!
Lança-os ao mar a expropriação que de mim fizeste
a este empobrecido amor endoidecido.
Sonhei sempre em te dar todas as palavras
doces de meu ser amargurado,
mas meus versos assim ocos, palavras vazias
que desconseguem preencher a fome da tua alma
os meus versos, rimas perdidas
em ventos dispersos
"Baldes d'água fria" sobre meu intimo
Com o que iludo para te ter, para te amar!
Quem me dera encontrar um poema puro,
Um verso, uma rima forte, estranha, dura,
que dissesse a chorar tudo isto que sinto.