Oaska, a rota do medo
O santo baixou nervoso
Trazendo em tudo o que havia
As cores nobres de Avatar.
As luzes da cidade cintilavam no horizonte
Como se fossem próprias.
Do lado direito era só abismo;
Do esquerdo, palavras sem fim.
No centro, redemoinhos sem trégua.
A música, dançando feito línguas de fogo,
Fazia do pensamento
São João temporão e absurdo.
Os olhos, fechados ou abertos
Não faziam a menor diferença;
O que se via era compulsório.
Fractais explosivos e abrasadores,
Como quadrados de desenhos de toalhas
Do sítio das vovós mais antigas.
Não se ouviam mais os automóveis,
Tampouco seus torpes ruídos;
Mas as sirenes soavam desespero,
Indicavam guerrilhas invasoras.
A floresta era lugar seguro;
Mesmo com todos os sacis,
Fadas gnomos e druídas.
Aliás, era por causa deles mesmo.
As nuances da fogueira ardiam;
Porém não era tez do fogo.
Fogo negro. Onde já se viu?
Índio velho, burracho dormiu.
Quais seriam os próximos dias?
Haveriam amanheceres?