Oaska, a rota do medo

O santo baixou nervoso

Trazendo em tudo o que havia

As cores nobres de Avatar.

As luzes da cidade cintilavam no horizonte

Como se fossem próprias.

Do lado direito era só abismo;

Do esquerdo, palavras sem fim.

No centro, redemoinhos sem trégua.

A música, dançando feito línguas de fogo,

Fazia do pensamento

São João temporão e absurdo.

Os olhos, fechados ou abertos

Não faziam a menor diferença;

O que se via era compulsório.

Fractais explosivos e abrasadores,

Como quadrados de desenhos de toalhas

Do sítio das vovós mais antigas.

Não se ouviam mais os automóveis,

Tampouco seus torpes ruídos;

Mas as sirenes soavam desespero,

Indicavam guerrilhas invasoras.

A floresta era lugar seguro;

Mesmo com todos os sacis,

Fadas gnomos e druídas.

Aliás, era por causa deles mesmo.

As nuances da fogueira ardiam;

Porém não era tez do fogo.

Fogo negro. Onde já se viu?

Índio velho, burracho dormiu.

Quais seriam os próximos dias?

Haveriam amanheceres?

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 17/08/2013
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