Escassez

Olhou para o céu e nada...

Onde estão as estrelas? Disse.

O silêncio lhe abafou a voz.

Era o último som disponível

Usou todos os que tinha direito.

A via láctea apagada, sem sol;

Nem sombra do planeta ou da lua

Todo o infinito teve fim.

Olhou, e viu, e bradou: Ai de mim!

Sozinho, sem sonho ou esperança...

Alguém roubou a luz e a escuridão!

Quem apagou as cores?

Seria possível existir o nada?

Será que o nada não tem luz?

O que diriam as más línguas

Se soubessem que o espaço também

Sumiu do mapa?

Que não tem centro nem beirada.

Que nenhuma galáxia sobreviveu ao

Fim das coisas e das não coisas.

Até o tempo deu adeus à história.

Nada aconteceu por acaso.

Quem fritou o meu povo?

Quem comeu as crianças

Servidas em à la carte?

Que fim triste o da música...

Se pelo mesmo acaso

Que tudo existiu não existe nada

Mas pelo excesso de acaso, o caso é serio.

Ninguém viu Deus nem diabo,

Anjos ou assombrações?

Quem sabe eles sugaram o tudo

Para o rumo do nada

E até o buraco negro perdeu a cor?

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 09/08/2013
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