O CRIADOR DE UNIVERSOS (de "O Plasma")
As conchas e os crustáceos
abandonados
ao nível do mar.
As estruturas cósmicas
dispostas em arco,
esquecidas
em meio a um milhão de átomos
e grãos de areia.
Dois lânguidos robôs
passeando
sobre o dorso incólume
de um imenso mundo novo
e desconhecido.
As gotas de chuva salpicam
o rio faiscante de ouro,
que borbulha raivosamente,
escondendo o horizonte
atrás das cristas avermelhadas
das suas ondas,
onde os pássaros azuis e brancos
caem,
petrificados pela radiação,
terríveis testemunhas
do poder inútil
deste louco vulcão divino,
que ainda crepita insano,
agitando
o seu interior todo-poderoso.
O Criador de Universos
contempla
este paraíso violento
através dos écrans
do seu painel de controle
e aciona,
pensativo,
os botões do teletransportador.