Casa velha

Uma casa velha,

Cheia de rachaduras e ratos,

Repleta de mordomos,

Abandonada à própria sorte.

Atrás das paredes ouvem-se

Ruídos, chiados, gemidos,

Gritos de ordens e desordens.

No comando, dois senhores

Cada um com a sua senha.

Bem, sem olhar a quem,

Mal, sem olhar o qual.

Ali, ou tudo é bom ou ruim,

Os vassalos se acotovelam

Por um lugar ao sol;

Se mordem, se matam;

Cada qual em nome de um

Senhor. Mas tem uns

Que adoram um senhor

E clamam por outro.

Muito esquisito...

As senhas dos senhores,

São os circos e os seus horrores.

No fim, como e qualquer história,

Desonra, redenção e glória

Se misturam em uma salada

Que o diabo vai comer com gosto.

Depois, será deposto, execrado,

Flambado, e tudo começará de novo.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 08/07/2013
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