Casa velha
Uma casa velha,
Cheia de rachaduras e ratos,
Repleta de mordomos,
Abandonada à própria sorte.
Atrás das paredes ouvem-se
Ruídos, chiados, gemidos,
Gritos de ordens e desordens.
No comando, dois senhores
Cada um com a sua senha.
Bem, sem olhar a quem,
Mal, sem olhar o qual.
Ali, ou tudo é bom ou ruim,
Os vassalos se acotovelam
Por um lugar ao sol;
Se mordem, se matam;
Cada qual em nome de um
Senhor. Mas tem uns
Que adoram um senhor
E clamam por outro.
Muito esquisito...
As senhas dos senhores,
São os circos e os seus horrores.
No fim, como e qualquer história,
Desonra, redenção e glória
Se misturam em uma salada
Que o diabo vai comer com gosto.
Depois, será deposto, execrado,
Flambado, e tudo começará de novo.