__...Palhaço...__
Quando a noite chegar
E o dia raiar
Risos, haverei em expurgar...
Teu rosto é pálido
Tua boca rubra
Teu sorriso medonho, fria criatura
Olhar infantil
Em modo senil
Vista-te vil
Vejo-te a toda hora
Em lugares, momentos
Não importa a demora
Tu és escárnio
Nímio metódico
E mal desejo
Tuas rimas de nada valem
Tuas vidas, aqui jazem
Maldito fruto da promiscuidade
Apaga-te este rosto pálido
Tu és corpo gélido
Tira-te tua máscara a esmero
Teu sorriso sangra
Tua saliva é turva, lama
És um lodoso ser em infâmia
Tuas lágrimas coagulam a tristeza
Chega de tuas fúteis brincadeiras
És o poeta morto, negrejas
Para em tentar fazer-vos sorrir
Para com teus versos em vos haurir
Entendas, só podes mentir
És o veneno doloso
O sangue vulgar e oleoso
O ócio profano, maldoso
Deixa tuas inverdades de lado
Tuas torpes brincadeiras obsoletas
Falsário fétido, nojento
Conversa-te inconsciente
És mais que dor
És dor ausente
Flor perfumosa da morte
Olor pútrido em ópio
Estás perdido no ódio
Lava-te este rosto maldito
Mostra-te agora
Ser horrível
Avilta-te sobre vossos olhos
Humilha-te agora
Sois famintos corvos
Deixamo-lo em paz
Ao parares e dizeres, quem sois
A partir de agora, dar-se-á nomes aos bois
Digo que tu és o falso Palhaço
Em matares momentos
A fazer-vos teus bonecos, frios e sarcásticos tormentos
...Quando o dia acabar
E a noite rutilar
Lágrimas, haverei em despencar
(versos friamente dedicados aos falsos “profetas” ou falsas pessoas, pensadoras em ser donas da verdade que, através de suas máscaras intuem toda uma massa em sua lavagem cerebral; a realizar e viver uma vida ilusória / fantasiosa)