A escuridão do guerreiro.

A noite não te nada a ver.

Porém, a escuridão... Essa sim,

Era espessa, dentro e fora da cabeça.

Um guerreiro aluou, caiu;

Chamou jacaré de meu gatinho

E pandorga de "meu loro";

Cutucou o cão com vara curta.

Os grilos, as muriçocas e

As fagulhas da fogueira

Estalavam aos brados,

Em busca da sublimação tão rara.

Os heróis se entreolhavam

Não poderiam mais, nunca mais,

Defender aquele mundo.

O bruxo, o guerreiro aluado,

Perdeu a conexão com a sorte;

E milhares de olhos coloridos

Pediam, por clemência,

Um céu aberto, um horizonte esperto;

A destituição dos fractais.

A vida agitava incólume,

Rendida sob a tês e a exuberância

Da folhas secas.

O verde musgo do escuro florestal,

O húmus, as minhocas, todos dançavam;

Viam a decadência como virtude,

O apodrecimento como dádiva;

Os rios se decantavam,

Enquanto a saúde saltava dos mares

Em busca de terra firme.

A noite, toda boa, no seu lado feminino,

Recatada, não mostrava a sua nudez,

Quando o lume despontou,

Ela, desesperada, fugiu;

Foi revisitar os reinos abissais

Em suas luminosidades próprias.

O guerreiro aluado achou o tino

Voltou, de cara e alma

Bem mais lavadas e livres.

Quanto aos outros heróis, esses não;

Nunca descansam mesmo...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 30/06/2013
Reeditado em 01/07/2013
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