ÑÃO ENTENDO

NÂO ENTENDO

Há muito tempo não escrevo em estrofes

Os meus versos andam rebeldes

Protestam pela ausência daquela luz

Despencam às quedas

da minha mente “encachoeirada”

Recusam as rimas

Incendeiam estradas

Não admitem sequer pontuação

Homenageiam assim aquele louco poeta

o dono da abstração

Aquele que se escondeu

Em baixo do tapete do céu

só para não brilhar mais que as estrelas

não produzir mel

Melhor que as abelhas

Aquele que apagou o fogo

mas deixou centelhas

Aquele que quis eternamente

ser réu

O poeta que não deu ouvidos ao que a alma dizia

Fez-se surdo , cego

Entregou-se à monotonia...

a uma corajosa covardia...

Se eu entendesse o que sente aquele poeta

Esse poema com certeza

não escreveria...

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 16/06/2013
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