ÑÃO ENTENDO
NÂO ENTENDO
Há muito tempo não escrevo em estrofes
Os meus versos andam rebeldes
Protestam pela ausência daquela luz
Despencam às quedas
da minha mente “encachoeirada”
Recusam as rimas
Incendeiam estradas
Não admitem sequer pontuação
Homenageiam assim aquele louco poeta
o dono da abstração
Aquele que se escondeu
Em baixo do tapete do céu
só para não brilhar mais que as estrelas
não produzir mel
Melhor que as abelhas
Aquele que apagou o fogo
mas deixou centelhas
Aquele que quis eternamente
ser réu
O poeta que não deu ouvidos ao que a alma dizia
Fez-se surdo , cego
Entregou-se à monotonia...
a uma corajosa covardia...
Se eu entendesse o que sente aquele poeta
Esse poema com certeza
não escreveria...