alienado...
Controlada... Fria... Calculada
Linhas de pura perfeição
Com letras nada sofisticadas
Só que bem desenhadas
Saberia você identificar
Minhas emoções neste pequeno espaço?
Saberia encontrar o caminho
Em meio ao labirinto?
Tremida... Raivosa... Devoradora
Troca de estagio em poucos segundos
Datilografo propositalmente
Para que tudo saia padronizado
E você não sinta minha força
Já toda absorvida pelas duras teclas
Tão pouco identifique minhas oscilações
Provocadas por meus medos súbitos
Datilografar?
Que coisa mais antiquada
Em tempos de modernidade
Com computadores... Celulares
E tantas outras bugigangas tecnológicas
Ainda sim prefiro as minhas teclas duras
Que rangem contando o tempo
E não demonstram sua fraqueza
Bem parecida comigo
Talvez por isso eu tenha optado por ela
Meu algo em comum
Algo acostumado ao trabalho duro
Em dias exaustivos
Nas mãos a folha ainda permanece intacta
E a maquina apenas a espera
Sem cobrar... Sem julgar
Apenas a espera do trabalho proposto
Tudo igual e mais uma escrita pronta
E nada vai mudar naquelas letras
E você não reconhecera
Aonde cheguei ao meu limite
Ou onde desejei desistir de tudo
Não! Nunca saberá
Porque tudo será igual
Perante teus olhos
Cada letra... Cada linha
Cuidadosamente estudada
Medida e traçada
Exatamente para que você
Fique perdido e absorto nelas
Muito fácil é achar meus erros
Resolvi então complicar
E deixar você preso neles
Para que sinta exatamente
Como é ser eu...