alienado...

Controlada... Fria... Calculada

Linhas de pura perfeição

Com letras nada sofisticadas

Só que bem desenhadas

Saberia você identificar

Minhas emoções neste pequeno espaço?

Saberia encontrar o caminho

Em meio ao labirinto?

Tremida... Raivosa... Devoradora

Troca de estagio em poucos segundos

Datilografo propositalmente

Para que tudo saia padronizado

E você não sinta minha força

Já toda absorvida pelas duras teclas

Tão pouco identifique minhas oscilações

Provocadas por meus medos súbitos

Datilografar?

Que coisa mais antiquada

Em tempos de modernidade

Com computadores... Celulares

E tantas outras bugigangas tecnológicas

Ainda sim prefiro as minhas teclas duras

Que rangem contando o tempo

E não demonstram sua fraqueza

Bem parecida comigo

Talvez por isso eu tenha optado por ela

Meu algo em comum

Algo acostumado ao trabalho duro

Em dias exaustivos

Nas mãos a folha ainda permanece intacta

E a maquina apenas a espera

Sem cobrar... Sem julgar

Apenas a espera do trabalho proposto

Tudo igual e mais uma escrita pronta

E nada vai mudar naquelas letras

E você não reconhecera

Aonde cheguei ao meu limite

Ou onde desejei desistir de tudo

Não! Nunca saberá

Porque tudo será igual

Perante teus olhos

Cada letra... Cada linha

Cuidadosamente estudada

Medida e traçada

Exatamente para que você

Fique perdido e absorto nelas

Muito fácil é achar meus erros

Resolvi então complicar

E deixar você preso neles

Para que sinta exatamente

Como é ser eu...

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 08/06/2013
Reeditado em 21/07/2015
Código do texto: T4331743
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