Caverna
Há muito que eu entrei nessa caverna,
E me esqueci por onde é que se sai.
Aprendo a conviver com a escuridão
E luz demais me cega.
O gotejar da alma pelo chão
Monótono e sentido - mesmo tom,
É a única canção que me acompanha
Mas que não tem um refrão.
Meus passos se arrastando pelo chão
Nessa caverna imensa e solitária;
A pele d'alma cobre-se de escaras...
Ah, máscara calcária!
E se um dia houver a salvação,
Não sei se eu a aceito contente,
Pois a tristeza é tatuagem quente
E sob, a carne é rara.