Poeta calado não voa
Poeta calado não voa
Poeta maldito!
Calaste em hora errada;
Justamente quando
A poesia é esbofeteada;
Quando força da grana
Destrói as coisa mais belas,
Que, antes eram caetaneadas,
Hoje amadobatisteiam sem dó
Nem piedade.
Poeta ridículo que caça palavras
Nos bordéis, nas manções,
Nos porões do medo de ser triste;
Nas coxas gostosas da vida,
Hoje bundalizada, amanhã
Tristemente desvalida;
Porque as canções chicoteavam
Buarqueanas e hoje
Tetereteteiam as crianças
Deseperançadas?
Calaste poeta, calaste;
Por que aceitaste o seu cálice
O vinho tinto e o sangue.
Sangue derramado na dita,
Que era dura e hoje não é mole
É apenas desdita
Mas só por que calaste.