PORCELANA (OU PICASSO PINTANDO CRUZ E SOUZA) PRIMEIRA PARTE
ESTE É UM LONGO POEMA DO MEU LIVRO "RAZÃO DO FLAGELO", FINALIZADO EM 2002. DEVIDO AO SEU TAMANHO, ACHEI MELHOR DIVIDI-LO EM QUATRO PARTES. EIS A PRIMEIRA.
PORCELANA (OU PICASSO PINTANDO CRUZ E SOUZA)PRIMEIRA PARTE
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É INQUEBRÁVEL A PORCELANA QUE ME VISITA.
BATIA NO MEU PORTÃO
EM DESESPERO TRANQUILO.
FUI ATENDER
ERA NADA.
ENTREI. POIS ESTAVA FRIO
DE UM FRIO DIÁRIO E INSENSÍVEL
DIÁRIO E INSENSÍVEL
INSENSÍVEL E DIÁRIO.
ERA VERÃO. ME AQUECIA
A CASA CÁLIDA
O FRIO LÁ FORA
ENTERNECIA DENTRO. PORTÃO
BATIA VENTO ILUSÃO
PENSAR QUE UM DIA CHOVIA
SECAVA CORAÇÃO
BRIGA DENTRO E FORA. PORTÃO.
UM QUARTO, UM BERÇO,
O BEBÊ NASCEU FALANDO E NÃO RI.
MIL FANTASMAS ESPREITAM...
UM (MAIS NOVO) FORÇA PORTA.
MAS A MÃOZINHA DO BEBÊ ENXOTA.
O CHÃO DESABA!
POEIRA DE ASTERÓIDE DEITA-ME
ESTEIRA POLÍGONO TRILÁTERO
E (PORÉM) ROMBOIDE !
MAS AINDA DUVIDA O CLIMA
DO TEMPO PASSADO
DE CASA EM CASA
FECHADURA CADEADO.
ENTRETANTO JÁ VISLUMBRO PINCEL. QUEM SERÁ?
SEVERA TINTA DE COR INDIZÍVEL.
FANTASMA TAMBÉM TEM MEDO.
FANTASMA TAMBÉM TEM MEDO.
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