O Vento, a Lua e o Lobo

Vento gelado que soprava trazendo revolta,

Batidas de janela na calada da madrugada,

Levantei-me para trancá-las,

Avistei a lua que cheia brilhava,

Na calada da madruga ouvi uivos de um lobo solitário,

Não conseguia vê-lo, pois as árvores tampavam o brilho da lua,

Tremendo com medo e frio, voltei a deitar,

Mas aquela cena não me deixava dormir.

Como um louco que não mede os atos,

Joguei as cobertas no chão e sai correndo,

Abri as portas, desagasalhado, saí livremente,

Mas dúvidas e medos trazia na mente.

De repente o frio me dominou,

E a luz da lua não podia me aquecer, pois era fria,

Os uivos mais próximos e tristes,

Com medo perdi uma lágrima no chão.

Perturbado, sem entender meus atos,

Joguei-me ao chão e comecei gritar,

À luz da lua, ao som do lobo,

Com frio, com medo, perdido.

Por segundos fechei os olhos,

Tudo estava em silêncio,

Abri os olhos e lá estava o lobo me olhando,

Parecia entender a minha dor, minha solidão.

Com olhar quente, com o corpo frio,

O lobo partiu, e eu voltei ao quarto,

Dormi como criança no colo de sua mãe,

Mas sonhei com vento, a lua e lobo.

Talvez o vento fosse meu medo,

Talvez a lua fosse uma luz, solução,

Talvez o lobo fosse uma atitude,

Talvez tudo isso fosse apenas um sonho ou uma ilusão.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 27/05/2013
Reeditado em 24/07/2013
Código do texto: T4312000
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