O Vento, a Lua e o Lobo
Vento gelado que soprava trazendo revolta,
Batidas de janela na calada da madrugada,
Levantei-me para trancá-las,
Avistei a lua que cheia brilhava,
Na calada da madruga ouvi uivos de um lobo solitário,
Não conseguia vê-lo, pois as árvores tampavam o brilho da lua,
Tremendo com medo e frio, voltei a deitar,
Mas aquela cena não me deixava dormir.
Como um louco que não mede os atos,
Joguei as cobertas no chão e sai correndo,
Abri as portas, desagasalhado, saí livremente,
Mas dúvidas e medos trazia na mente.
De repente o frio me dominou,
E a luz da lua não podia me aquecer, pois era fria,
Os uivos mais próximos e tristes,
Com medo perdi uma lágrima no chão.
Perturbado, sem entender meus atos,
Joguei-me ao chão e comecei gritar,
À luz da lua, ao som do lobo,
Com frio, com medo, perdido.
Por segundos fechei os olhos,
Tudo estava em silêncio,
Abri os olhos e lá estava o lobo me olhando,
Parecia entender a minha dor, minha solidão.
Com olhar quente, com o corpo frio,
O lobo partiu, e eu voltei ao quarto,
Dormi como criança no colo de sua mãe,
Mas sonhei com vento, a lua e lobo.
Talvez o vento fosse meu medo,
Talvez a lua fosse uma luz, solução,
Talvez o lobo fosse uma atitude,
Talvez tudo isso fosse apenas um sonho ou uma ilusão.