" Amor , metafísico amor "
Amor, metafísico, amor”.
Eu vou me subdividindo em pedaços,
Sempre e sempre,
Cada vez menores,
Até ao ponto de não mais me encontrar.
Não existem reflexos no espelho da minha alma,
A ideia que faço do que restou de mim,
É tão insignificante, tão irrelevante,
Quanto o conceito subjetivo do eu lírico,
Intrínseco em você.
Devagar eu divago na lacuna hiática,
Essa parte minha,
Que você absorveu,
Esse eu que anda consigo,
Faz-te companhia,
Mas não interfere na sua vida,
E muito menos na minha.
Mas, entretanto, aceito a superficialidade
Evasiva das decisões não tomadas,
E retribuo os carinhosos gestos concomitantes,
A palavra amor e Roma não se descontextualizam,
Ambas, verdadeiramente, só traduzem as inverdades
Como polos opostos, incoerentes,
Um paradoxal paradigma existencialista,
Uma nulidade, enfim.
Cada vez mais me apego menos,
Cada vez menos me apego mais.
Durma amor, recolha-se sentimento,
Na ampulheta que conta o nosso tempo,
E só acorde quando o infinito de fizer um juramento.
A felicidade desejada é o passo primeiro da sua jornada.
A felicidade é utopia,
Clareando a noite,
Escurecendo o dia.
Paulo Peter Poeta
Abril de 2013