PESADELO NO EVEREST
PESADELO NO EVEREST
Eu de asas amordaçadas, ensimesmado,
Inerte sobre píncaros de azuis cristais.
Contemplo o tempo singrando mares...
No galope de marés e sabores de seus sais.
Em meus medos aglomerados de Everest,
De furtivas sombras... aragens perdidas...
Avalanches de neves, cansadas do branco
Que lhe afeia a veste de noiva arrependida.
O gelo que açoita... cortantes tempestades ,
Tudo me toca na exaustão que me possui...
Congelam-me as mãos, minh’alma treme,
Agasalho-me em paúras ...medo que derrui.
Calam-se os gritos nos uivos que atropelam,
Tropéis de ancestrais...sôfregas “desfiguras”
Em cordas penduradas nos dedos do vento,
Rostos de angústias...grampos de ataduras.
Do livro poeira e flor vol II