PESADELO NO EVEREST

PESADELO NO EVEREST

Eu de asas amordaçadas, ensimesmado,

Inerte sobre píncaros de azuis cristais.

Contemplo o tempo singrando mares...

No galope de marés e sabores de seus sais.

Em meus medos aglomerados de Everest,

De furtivas sombras... aragens perdidas...

Avalanches de neves, cansadas do branco

Que lhe afeia a veste de noiva arrependida.

O gelo que açoita... cortantes tempestades ,

Tudo me toca na exaustão que me possui...

Congelam-me as mãos, minh’alma treme,

Agasalho-me em paúras ...medo que derrui.

Calam-se os gritos nos uivos que atropelam,

Tropéis de ancestrais...sôfregas “desfiguras”

Em cordas penduradas nos dedos do vento,

Rostos de angústias...grampos de ataduras.

Do livro poeira e flor vol II

EGÊ VALADARES
Enviado por EGÊ VALADARES em 24/05/2013
Reeditado em 24/05/2013
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