"A vingança da ira"
São tantos os seixos
pedras, rochas que contornam
são teus laços ainda "dormentes"
dormem, hibernam inocentes
são teus gestos os meus
incoerentes...
São trilhos que enferrujam
descontentes paralelos que se tocam
tocados pelas vigas nebulosas
inclementes da tua dor
É a face mais dura do teu olhar
olhos que nas águas resolveram se afogar
desejosos das pedras em seixos deslizantes
um querer do não sentir a fisga endurecida
Ah! Vida que não me entende
compreende apenas a ferida aberta
ranhuras de uma alma inflamada
escondendo as fendas abertas
dessas flechas caída do meu ao teu ventre
Inclemente és tu que dorme em pedras
retiradas e atiradas
sem vistas das mãos que atacam
ira bendita que polindo me faz
o diamante que antes já fora
esquecido entre os olhos d'água
nebulosos desse dorme, dormindo, dormente
Eu .. ali, cego, ser indolente de mim ...
apenas faca, pedra, lavada em águas escondidas!
- Kátia Golau Cariad -