ACORRENTADO...
Acorrentado,
A sete palmos do universo...
Entrelaçado às imagens
Que transcendiam acesos
Os vértices...
Nas asas da viagem
... Acordei!
Suntuosas flores
Envolvidas por sutis odores,
Adornavam meu jardim...
E a imaginação
Avivava meu mundo,
Enfeitando-o com lindas cores!
O mesmo vento
Inda soprava do lado de fora,
A sete passos do fundo...
N'outro compasso,
Além das nuvens...
Soltando trilos
Como num gorjear,
Acorrentado e nu... No espaço!
Como o aferir das notas
Nas tontas cordas d’um violão,
Que nas milhas das trilhas se vão
... Aos versos!
Incógnitas inversas,
Lâminas que não ferem...
Mas foram embora!
A sete tempos deste templo
Estarão escrevendo em linhas,
Ou relatando em metáforas
Tudo que o sabem...
Em apreço a história!
Pelo recomeço do fim,
Extravazando os elementos da memória
Na procura insana, da percepção do ser!
Inconscientemente
E sem matéria,
Ao som dos ecos...
Elos serão rompidos!
Mares e continentes abertos,
Inconsequentemente
E incoerentemente, banidos!
Pegadas ficarão espalhadas
pelos ares... A sete passos
... A sete palmos!
Acorrentadas,
Habitarão meus olhares
Como ases fora do jogo
... Aos versos,
A sete palmos do universo!
Muito além,
A sete passos no espaço...
Mais além,
Muito longe desse fogo!
Autor: Valter Pio dos Santos
Mai-2013