Não sou sem o vazio
A ausência não é a falta anunciada
É simplesmente um estado de espírito
A necessidade do vazio é inevitável
O silêncio diz mais que tantas palavras
Gritam as horas nas horas em que espero
A delícia de se saber só é emocionante
O corpo dança, a voz canta e o vazio me assisti
Só quem não “é” não sente necessidade do vazio
A bela imagem que construo do mundo
É um imenso clarão num emaranhado de ausências
Luz, clarão, estrelas escondidas, perdidas
Nossas almas viajando por estradas sem paredes
Solto meu corpo e danço, danço com o inevitável
Encontrar é parar, findar, acabar, ancorar
A praia deserta de arestas não fere quem pisa na areia
Uma pessoa que passa, que vê, que assisti
Fiquei ausente de mim quando fui sua...
Nunca mais voltei pra mim...