POEMAS DOCES
Qualquer poema é assim
um tiro no escuro
um grito na noite
gatos se amando
nos telhados
e no quintais,
luares, talvez estrelas
algumas caindo do céu
engolidas pelos oceanos
e se tornando peixes
mortos no seu âmago
desenfeitando a paisagem
abissal de suas montanhas
molhadas,
destarte os poemas
se imiscuem no azul
profundo dos olhos
da morena linda,
descem ousados
por seus curvilíneos
corpos esculturais
e desaguam no
mais puro e saboroso
de seu paraíso,
ali bem entre suas
coxas alvas,
também se alastram
por entre jardins
e semeiam flores
elaboram perfumes
recebem ósculos
de beija-flores
enamorados
e borboletas
extasiadas,
poemas brotam
dos dedos dos poetas,
fugindo de seus
lívidos corações
apaixonados pela
fantasia da vida,
pelo fulgor da
doce magia,
poemas nascem
e não morrem,
são eternos,
tesouros do tempo,
amores da alma,
alimento do espírito.