Qualquer parte do nada
Eu tenho a luz sobre a mesa.
A luz abraça o branco do papel
E o silêncio se tornou
Um som presente.
São tantas canções!
São tantas visões!
Na vida de um poeta,
Tudo resume as ilusões
E nada se tem sem emoções
De uma lágrima secreta...
Tranquilidade retilínea das mesas
E o crepitar de chamas acesas
Entre escuridões feitas do nada.
A lágrima falada, declamada!
E, como se o nada
Fosse a resolução de tudo,
Tudo é dito por nada
Em grito de mudo.
Um absurdo
De um pensamento surdo!
O desenho é perfeito:
Um sorriso é a perfeição
De todo o mundo
Guardada na curvatura dos lábios...
Não existe morte, pois não se vive em vão...
Agitação serena
Sob o turbilhão de estrelas.
Descem saudações alabastrinas
E encantam os olhos
As canções celestinas!
Eu tenho que vê-las:
As estrelas
São sorrisos do céu.
Querê-las
Sem merecê-las...
Parecem um estrelado véu!
De tudo, sempre se tem nada
Quando o silêncio já é ouvido...
Do nada, sempre se tem tudo
Quando as pálpebras se fecham
E as visões mais belas
São formadas!
Eu vejo a luz abraçando minha folha...
Sinto ciúmes.
Tamanha ligação perfeita
Sem ser preciso inspiração!
Traducão de todos os perfumes...
O sonho de toda perfeição
Que existe na linha do horizonte
De toda digressão.
Eu me deito
Na perfeição de um sonho imperfeito...
18/05/2013