Bar
O poeta vagabundo.
O profano iluminado.
O herético beatificado.
Sentado sozinho em uma mesa de bar.
Tendo por companhia, meia garrafa de vermute.
E uma de conhaque.
Sua companhia viva havia sido.
Ratos, moscas. Suas irmãs de moralidade.
Salvai-me senhor.
Salvai-me senhor
Senhor das moscas. E senhor dos Ratos.
Tirai-me deste buraco.
Lavai minha alma da Imoralidade da vida.
A barata cruza a sua mesa.
Louca de um lado para outro.
E se fosse ela um ser humano?
Querendo se comunicar?
O que poderá fazer? enquanto a tudo isto?
Uma cena romântica, um lugar.
Bar de insetos, Butequeiro asqueroso
Neta.
Boneca.
Puta, de porcelana, boneca angelical. Lilith da terra.
Mulher asquerosa.
Sombra humana.
Sub humana.
A mosca pousa em seu copo
Copo este pela metade de vermute e conhaque.
Já tomado e sorvido.
Descobrindo as nuances de sabores.
Sentimentos.
-Eu posso sonhar?-
A mosca voa.
- Eu posso sonhar.
Levantar, pagar divida.
sumir correr, esconder.
Em frias paredes, de seu próprio ser.
O que você é, Além disto tudo?
Lúgubre comodo, frio, umidade. Escravo da vida.
Monstro escondido em baixo do sofá.
Não quer sair.
Nem se mostrar.
Te observa, você o alimentar.
Com os seus restos.
Viva com dor.
Dor sem vida.
Vida sem dor
Sem vida
Sem dor
Sem sonhos.
Vida sem vida