AMOR, ONDULAÇÕES E PEDRAS NO CAMINHO
Foi um longo tempo no inverno em meio a alvos anjos desconhecidos,
Invocados a meu reino sombrio para queda do pulsante macabro.
Condenado por toda legião com sons estridentes que sibilavam no ar,
E com o sopro do pecado inerente que me habita e me consome,
Atravessei todos os céus, todas as terras, e todos os mares para enfrentar os dignos talhados a ouro.
Com minha espada e meus brados insanos, combati em nome de uma dor e de um amor imaginários,
Oferecendo à compositora de melodias turvas, de minha alma avassalada, beijos e açoites de morte.
Ao rastro, na tormenta dos horizontes devastados, apenas sussurros mudos eram ouvidos
Da carcaça leve e insolente daquele coração que agonizava perdido entre sublimes e vagas chamas.
Tênue luz sobre túmulos cimentais, consumida por angústias postas em esperanças de porvires impossibilitados,
De teu Senhor, não aprendeste que é fria, dolorosa e lenta a libertação das correntes da vida?
Enquanto os sinos tocam nas altas torres, conclamando servos ao indolente poder construído,
Vozes clamam, de abaixo, alívios a suas entranhas chagadas, travestidas de belos lírios postos à beira do caminho.
Do jorro que corre no veio da condenação há estirpes veneráveis, mas não bem delineadas.
Do que se transcende em máscaras ao dia, sobra apenas uma brisa agonizante às sobras da noite.
E dos lábios dos insaciáveis, autopurificados mediante suas emanações controladas,
Sobram murmúrios vacilantes de suas vocais sufocadas por caracteres lendários.
Ó sonho irreal, enterrado com desonras e decadências absolutas em nossos próprios submundos,
Quanto de ti é essência e quanto são súbitas superfícies enternecidas?
E em que deflagrados devaneios de palavras sutis tantas vezes me submergi
Para tão somente cerimoniar o prelúdio de nosso frio sepulcro, em cuja lápide se encontram flores mortas?
Péricles Alves de Oliveira
Condenado por toda legião com sons estridentes que sibilavam no ar,
E com o sopro do pecado inerente que me habita e me consome,
Atravessei todos os céus, todas as terras, e todos os mares para enfrentar os dignos talhados a ouro.
Com minha espada e meus brados insanos, combati em nome de uma dor e de um amor imaginários,
Oferecendo à compositora de melodias turvas, de minha alma avassalada, beijos e açoites de morte.
Ao rastro, na tormenta dos horizontes devastados, apenas sussurros mudos eram ouvidos
Da carcaça leve e insolente daquele coração que agonizava perdido entre sublimes e vagas chamas.
Tênue luz sobre túmulos cimentais, consumida por angústias postas em esperanças de porvires impossibilitados,
De teu Senhor, não aprendeste que é fria, dolorosa e lenta a libertação das correntes da vida?
Enquanto os sinos tocam nas altas torres, conclamando servos ao indolente poder construído,
Vozes clamam, de abaixo, alívios a suas entranhas chagadas, travestidas de belos lírios postos à beira do caminho.
Do jorro que corre no veio da condenação há estirpes veneráveis, mas não bem delineadas.
Do que se transcende em máscaras ao dia, sobra apenas uma brisa agonizante às sobras da noite.
E dos lábios dos insaciáveis, autopurificados mediante suas emanações controladas,
Sobram murmúrios vacilantes de suas vocais sufocadas por caracteres lendários.
Ó sonho irreal, enterrado com desonras e decadências absolutas em nossos próprios submundos,
Quanto de ti é essência e quanto são súbitas superfícies enternecidas?
E em que deflagrados devaneios de palavras sutis tantas vezes me submergi
Para tão somente cerimoniar o prelúdio de nosso frio sepulcro, em cuja lápide se encontram flores mortas?
Péricles Alves de Oliveira