"Livre"
Asas de um corpo febril
liberta seja o que mais tu desejas
voe sem pressa ou realize
a rasante vitória de cair sem rumo
no espaço onde os vãos são estreitos
onde a vida é cálida e seca
pois, arde enquanto afogas teus medos
és tanto e tanto te sobra
nas asas que morta ressecam sem voo
viaja sem pressa, mas segue adiante
caminhe sem asas por ti confiante
liberte-se julgada pelos passantes
sorria deixando-se abundante
volumosa és e em si transcende
arrasta feridas nas flechas sem alvo
repondo a essência do corpo vazio
voluptuosa vês que arrebata
acata, recolhe e abrasa
sem destino, sem posses, sem chão
carrega no seio a farta vitória
sendo liberta, viagem, nebulosa
és vento, vasta, ventania e tempestade
brisa constante na temporalidade
descrente de que seja eterno o passar
como eternas são tuas asas
pelas faces assustadas, negando o rastro
sentido o que não creem
mas, por si ... sentiram soprar
sigam as asas por quem te acompanha
em nuvens ou chão...
... agora ... é voar!!
- Kátia Golau Cariad -