O Laço da Serpente
O Laço da Serpente
*Elias Alves Aranha
Quando ela me fitou, eu vi,
Carnívora? Pobre de mim,
Felina faminta. Logo percebi,
Teus olhos desciam até os meus carpins...
Lembrei Gutenberg, o impressor alemão,
Produzi uma série imaginária de impressão.
Talvez Sócrates o pensador grego,
Influenciar-me-ia diferente destino,
Fugir deste corrompente apego,
Livrando-me deste instinto felino...
Nem mesmo Francisco Pizarro; conquistador,
Decifraria aquele ensaio abrasador.
Seus traços indescritíveis,
Fisionomia angelical,
Dote provocante e incrível,
Criatura de manequim escultural...
Nem Miguel Ângelo esculpia,
A exuberante luxuria.
Nem o excepcional da Vinci,
Com todo trabalho que executou.
Não há artista que a pinte,
Aquele corpo escultural.
Até Van Gogh holandês fanático,
Impressionaria e ficaria estático.
Strauss com toda maestria,
William Shakespeare, notável literato,
Nem Karl Heinrich Marx, com sua filosofia,
A descreveria de fato,
Mesmo em radical poesia,
A fenomenal fantasia.
Nem com todo esse aparato,
E com astúcia de sedução,
Atraiu-me de fato!
Nem a química da paixão,
Nem o cupido que fere gente,
Faria-me cair no laço desta serpente.