O Laço da Serpente

O Laço da Serpente

*Elias Alves Aranha

Quando ela me fitou, eu vi,

Carnívora? Pobre de mim,

Felina faminta. Logo percebi,

Teus olhos desciam até os meus carpins...

Lembrei Gutenberg, o impressor alemão,

Produzi uma série imaginária de impressão.

Talvez Sócrates o pensador grego,

Influenciar-me-ia diferente destino,

Fugir deste corrompente apego,

Livrando-me deste instinto felino...

Nem mesmo Francisco Pizarro; conquistador,

Decifraria aquele ensaio abrasador.

Seus traços indescritíveis,

Fisionomia angelical,

Dote provocante e incrível,

Criatura de manequim escultural...

Nem Miguel Ângelo esculpia,

A exuberante luxuria.

Nem o excepcional da Vinci,

Com todo trabalho que executou.

Não há artista que a pinte,

Aquele corpo escultural.

Até Van Gogh holandês fanático,

Impressionaria e ficaria estático.

Strauss com toda maestria,

William Shakespeare, notável literato,

Nem Karl Heinrich Marx, com sua filosofia,

A descreveria de fato,

Mesmo em radical poesia,

A fenomenal fantasia.

Nem com todo esse aparato,

E com astúcia de sedução,

Atraiu-me de fato!

Nem a química da paixão,

Nem o cupido que fere gente,

Faria-me cair no laço desta serpente.

Elias Aranha
Enviado por Elias Aranha em 08/05/2013
Reeditado em 15/06/2020
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