Bordadeira

Bordadeira

Sou

um tando do que fui

outro tanto em letras

algumas pinceladas...

e até o que não sou

Pois de ser-me cansei faz tempo

e a mim, cabe até o que inexiste

Sou

O cansaço inóspito

a calma violenta

o canto da sereia

e um cadinho de vento

Sou

e sendo deixo de ser

assim, como letra

que cai do caderno

Vou e indo volto

e voltando sigo...

como se bordadeira da praia

que ao olhar as ondas

refaz o bordado de si mesma

Sou...

sou?

sou mesmo?

será?!

Márcia Poesia de Sá.

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 07/05/2013
Código do texto: T4278020
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