Bordadeira
Bordadeira
Sou
um tando do que fui
outro tanto em letras
algumas pinceladas...
e até o que não sou
Pois de ser-me cansei faz tempo
e a mim, cabe até o que inexiste
Sou
O cansaço inóspito
a calma violenta
o canto da sereia
e um cadinho de vento
Sou
e sendo deixo de ser
assim, como letra
que cai do caderno
Vou e indo volto
e voltando sigo...
como se bordadeira da praia
que ao olhar as ondas
refaz o bordado de si mesma
Sou...
sou?
sou mesmo?
será?!
Márcia Poesia de Sá.