MEU NOME É SILÊNCIO
O meu silencio não é o mesmo que o teu.
Tuas palavras dormem entre as folhas,
o vento as agita, leva-as para mundos que não conheço
que jamais conhecerei.
Teus pensamentos geram novas raízes,
e é de areia e pó o meu pensamento,
que não firma nenhuma catedral,
que não acolhe nenhum ninho,
um braço estendido no azul infinito
em busca de estrela nenhuma
peregrina de um caminho tortuoso
e sem margens
a não ser as do limite do sono profundo.
Tu nada sabes do meu silencio,
porque nele só há aquele portal de pedra e
e essa pedra não pode ser removida
para nenhuma ressurreição.
Somente me habito na noite
na distância das paredes vazadas
pela treva e a luz.
E o que transcende
é um pequenino ponto azul que nao fere a vidraça
e que dá sentido
ao silencio dos rastros.
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