MEU NOME É SILÊNCIO

O meu silencio não é o mesmo que o teu.

Tuas palavras dormem entre as folhas,

o vento as agita, leva-as para mundos que não conheço

que jamais conhecerei.

Teus pensamentos geram novas raízes,

e é de areia e pó o meu pensamento,

que não firma nenhuma catedral,

que não acolhe nenhum ninho,

um braço estendido no azul infinito

em busca de estrela nenhuma

peregrina de um caminho tortuoso

e sem margens

a não ser as do limite do sono profundo.

Tu nada sabes do meu silencio,

porque nele só há aquele portal de pedra e

e essa pedra não pode ser removida

para nenhuma ressurreição.

Somente me habito na noite

na distância das paredes vazadas

pela treva e a luz.

E o que transcende

é um pequenino ponto azul que nao fere a vidraça

e que dá sentido

ao silencio dos rastros.

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 01/05/2013
Reeditado em 29/09/2013
Código do texto: T4268576
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