"Ventre divino"

Nada é tão lúcido em mim quanto o fato da cria(ação)

onde o ato não imita a vida, onde de vida se preenche

vivendo íntima e peculiarmente o instante da cria

ali germinada junto a "terrapoeta" que concebe o ser

como no ventre da mãe, recriando a si mesma

reinventando-se, célula a célula ... Letras?

Terra esta que em si vê nascer em minúsculas partículas

brota em broto todo o poema como num sopro

magia fecunda de todo o saber

linguagem inconcebível ao que dela não prova

ou o ventre não oferece a este instante ... concepção

És filho de uma terra sem nome, pois este não importa

nascem em vida para a vida tocar

pois a ela em almas vai ressoar como cria a re-criar

toda a vida e não "imitada", reinventada pela luz

dessas tantas almas que a ela souber tocar

não se aplaude uma cria, acolhe-se, acalanta, cuida ... ama!

Assim és cria minha bendita que não se macula

não se permite ser tocada pela profana ideia apenas do aplauso

insanidade da vaidade dessa terra que muitas vezes se engana

mas quando por ti tocada em teu colo santo

vivencia o sagrado e aprende a amar verdadeiramente

sua e tão sua cria ... amada, portanto, compartilhada

Compartilha-se à vida que veio traçar e a todas que veio tocar

mas que sejas tu madura em teus passos para que não sejas negligente

na delinquente ideia de apenas o si vivenciar

não queira negar de onde viestes e para onde vais ... o sagrado sempre!

Cerne de todo o ser e ventre do mundo que lhe conduz e lhe criou ...

somente serás poesia quando render-se ao ventre que lhe concebeu

Regaço do mais puro e sagrado ... Amor!

- Kátia Golau Cariad -

Kátia Golau Cariad
Enviado por Kátia Golau Cariad em 22/04/2013
Reeditado em 22/04/2013
Código do texto: T4254054
Classificação de conteúdo: seguro