Passageira da agonia

Efêmera

Me entenda como sou

Uma sombra que passou

Alguém que nem chegou

Preciso ser brisa somente

Algo que alguém sente

Necessito ser o mar

Onde alguém possa nadar

Preciso voar além

Emprestar meu voo a alguém

Ser só uma e muitas também

Necessito ser milhões de partículas

E uma nano célula perdida

Me desfaço quando quero

De ninguém nada espero

Não posso criar raízes

Sou o eterno viajante

Não preciso de asas

Sou o voo eterno e distante

Sem rótulos, títulos, marca

Sou o nado sem sincronia

Você não pode me descrever

Sou um nada, sou noite e dia

Sou afinal o que eu preciso ser

Uma passageira da agonia

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 20/04/2013
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