Acalanto

Acalanto

O oceano dorme ninado pelo vento

e enquanto ele dorme, ele sonha...

no sonho, ele pede ao universo

que alguém o compreenda

Que o ame de todo coração

o oceano reza pelo deserto!

e protege seus frutos...

O oceano em sua mansa solidão de palavras

acalenta sua alma em sonhos breves

ele sente na pele os veleiros brancos que deslisam

e as jangadas matinais

que repletas de esperança

se lançam a ele bravamente

Ele ri dos que o temem

e gosta de falar com gaivotas e poetas

O oceano dorme

e deseja um amor

quem sabe um rio que venha cheio de sonhos

de dentro de uma mata fria

espera que este amor venha transparente

Quem sabe um cargueiro abandonado

também abandonado...

que afundou em seu leito ha anos...

E quando é primavera...

o oceano busca rosas em seus arrecifes

soprando sementes, aguando de amor

Dorme o oceano enquanto eu

apenas o sinto dormir...

Márcia Poesia de Sá. 2013

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 17/04/2013
Reeditado em 01/12/2015
Código do texto: T4244807
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