Acalanto
Acalanto
O oceano dorme ninado pelo vento
e enquanto ele dorme, ele sonha...
no sonho, ele pede ao universo
que alguém o compreenda
Que o ame de todo coração
o oceano reza pelo deserto!
e protege seus frutos...
O oceano em sua mansa solidão de palavras
acalenta sua alma em sonhos breves
ele sente na pele os veleiros brancos que deslisam
e as jangadas matinais
que repletas de esperança
se lançam a ele bravamente
Ele ri dos que o temem
e gosta de falar com gaivotas e poetas
O oceano dorme
e deseja um amor
quem sabe um rio que venha cheio de sonhos
de dentro de uma mata fria
espera que este amor venha transparente
Quem sabe um cargueiro abandonado
também abandonado...
que afundou em seu leito ha anos...
E quando é primavera...
o oceano busca rosas em seus arrecifes
soprando sementes, aguando de amor
Dorme o oceano enquanto eu
apenas o sinto dormir...
Márcia Poesia de Sá. 2013