Lealdade
O amor é infinito e não exige.
A paixão é eterna e não mata.
O coração é dois em um.
A liberdade é tranca dos ares.
O caminho é um em dois.
A paz é a chave do Céu.
Os povos naturalistas fumam
um tipo de ervas daquelas.
No sítio já plantavam antes
e fumavam muito também.
Amanhã com cerveja fumarão
todos de mãos ocupadas
“- Agora! É essa a hora!”
Um antes prepara um porvir.
Um depois é da descendência.
Um durante é transcendência.
Um sempre são as presenças.
Um como assim são
um louco como santo
um berlô e um trago.
O presente serve qualquer
ora e um lugar de passado
radiante. Seu pulsar é
um marcapasso relativo
ao trago absoluto.
Fumo de uma vez.
Fumo até respirar junto.
Fumo na brasa das paixões.
Fumo seu amor de chapar.
Não falo só por mim
mas arregaço a veia
da dúvida nas multidões
de silêncio, são suas brasas fritando
a flora o poder da Vida!,
Não deixe-se secar!
Colhamos a semente e comamos
do fruto sua carne no que há
de maior azedume incorporador.
Fogo e água fazem as vezes
dentre o Rito, o corpo forma
a pira com erva e vinho
para serem servidos com chá.
Amo muito Ele-Ela.
Amo chapar lealmente.
Nada é demais no alvorecer,
um Deus vivo te chama
da chama eterna de todas
as dores e cachimbos de ouro.
A pedra é mais embaixo.
O buraco é mais encima.
A metade é mais um meio.
O último é o primeiro.
A parada é o Paraiso.
O bom é o movimento.
A boa é um na mente.
O Paraíso é uma parada.
Boca do Reino, 15 de abril de 2013