AS ASAS DE UM ANJO

Ela voava de encontro à lua.

Lua cheia.

Num céu sem nuvens.

Sem ameaças.

Um tempo de transparências.

A figura etérea alcançava terras novas, terras virgens.

Ela buscava alcançar a paz que as terras baixas não lhe ofereciam.

Então saía ao luar.

Bastava um pequeno balançar de asas e o voo se tornava algo esplendido.

Encontrava pelo caminho setas orientadoras e sorria para elas.

Dava-lhes uma boa noite com um simples sorriso.

Um abanar de asas.

Seguia viagem.

A noite era uma criança e a mulher anjo era outra.

Criança brincando de roda com as estrelas.

Brincando de esconde-esconde com a lua.

Nas terras que chegava ela ia descobrindo que a realidade não existe.

Pensa que ela ficava triste?

Não, ela nunca acreditara mesmo no real.

Ela sempre soube que a aguardava o irreal.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 09/04/2013
Código do texto: T4231401
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