AS ASAS DE UM ANJO
Ela voava de encontro à lua.
Lua cheia.
Num céu sem nuvens.
Sem ameaças.
Um tempo de transparências.
A figura etérea alcançava terras novas, terras virgens.
Ela buscava alcançar a paz que as terras baixas não lhe ofereciam.
Então saía ao luar.
Bastava um pequeno balançar de asas e o voo se tornava algo esplendido.
Encontrava pelo caminho setas orientadoras e sorria para elas.
Dava-lhes uma boa noite com um simples sorriso.
Um abanar de asas.
Seguia viagem.
A noite era uma criança e a mulher anjo era outra.
Criança brincando de roda com as estrelas.
Brincando de esconde-esconde com a lua.
Nas terras que chegava ela ia descobrindo que a realidade não existe.
Pensa que ela ficava triste?
Não, ela nunca acreditara mesmo no real.
Ela sempre soube que a aguardava o irreal.