Utopia Pagã
Náiades cortejavam à correnteza
os Sátiros ébrios em concupiscência[...]
Todo ar era aragem em presteza
e toda forma vivia em plena inerência[...]
Os zéfiros eram plácidos e régios;
Os córregos redundavam lívidos,
e os irreais passeavam egrégios
e riam-se de si sendo fidos[...]
O hediondo estrondo narcisista
escondia-se em lascados espelhos.
Tudo que retumbava o som niilista
sorvia do Lete irreparáveis concelhos[...]
O horizonte ostentava flavas infinitudes;
Ícaro ousava planar pelo cróceo céu;
Era tudo deificado pelos elos de Himeneu.
Ah, o amor repartia-se em brandas solicitudes!
Sonhava!!! Acordei soturno sendo Adão,
pois perdi-me na neófita metodologia
dum ''Deus'' praticante de antropofagia[...]
Ariadne, cortaram-te o impoluto Cordão!!!