Utopia Pagã

Náiades cortejavam à correnteza

os Sátiros ébrios em concupiscência[...]

Todo ar era aragem em presteza

e toda forma vivia em plena inerência[...]

Os zéfiros eram plácidos e régios;

Os córregos redundavam lívidos,

e os irreais passeavam egrégios

e riam-se de si sendo fidos[...]

O hediondo estrondo narcisista

escondia-se em lascados espelhos.

Tudo que retumbava o som niilista

sorvia do Lete irreparáveis concelhos[...]

O horizonte ostentava flavas infinitudes;

Ícaro ousava planar pelo cróceo céu;

Era tudo deificado pelos elos de Himeneu.

Ah, o amor repartia-se em brandas solicitudes!

Sonhava!!! Acordei soturno sendo Adão,

pois perdi-me na neófita metodologia

dum ''Deus'' praticante de antropofagia[...]

Ariadne, cortaram-te o impoluto Cordão!!!

Desafinado
Enviado por Desafinado em 03/04/2013
Reeditado em 07/04/2013
Código do texto: T4221605
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