"Tom sobre tom"

Deixo os teus passeios

ver-te, ali ao meio

vendo-me passar...

E quanto sou eu desse teu olhar?

Vigia-me com tanta certa clareza

sabe tanto que quero cinzar?

Cinzo no meio da aspereza

desse ritmo branco do meu olhar...

Vê-se sem negro do branco

como pode então enxergar?

Sem ver como o preto é cinza

sem cinzas vagando no ar

sabe-se que todo preto não é ele

se no cinza não puder pisar

Então vagueia teus olhos tão negros

pisa no cinza do meu passar

vislumbra o branco da borda

que jamais poderá calar!

Porque ali de fato, ao meio ...

... somente alguns poderão alvejar!

- Kátia Golau Cariad -

Kátia Golau Cariad
Enviado por Kátia Golau Cariad em 03/04/2013
Reeditado em 03/04/2013
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