"Tom sobre tom"
Deixo os teus passeios
ver-te, ali ao meio
vendo-me passar...
E quanto sou eu desse teu olhar?
Vigia-me com tanta certa clareza
sabe tanto que quero cinzar?
Cinzo no meio da aspereza
desse ritmo branco do meu olhar...
Vê-se sem negro do branco
como pode então enxergar?
Sem ver como o preto é cinza
sem cinzas vagando no ar
sabe-se que todo preto não é ele
se no cinza não puder pisar
Então vagueia teus olhos tão negros
pisa no cinza do meu passar
vislumbra o branco da borda
que jamais poderá calar!
Porque ali de fato, ao meio ...
... somente alguns poderão alvejar!
- Kátia Golau Cariad -