QUEM SABE, UM DIA....

Veio essa cor rosada

na alma calada e indiferente.

Encontrou seu casulo, sua pátria

e fragmentada

se achou pequeno deus,

demente,

no santuário do nada.

Queria flores? Não as teve.

Aquarela prostituída

nas páginas desabitadas

da vida.

Verso algum escreveu.

Palavras soltas aqui e ali,

levadas pelo vento.

Fugitivas.

Afinal, esfacelou-se

como se de barro fosse,

nem cristal,nem pedra

ou areia.

Sequer fóssil.

Só aquele rastejar silencioso

diante de tantos ocasos.

Quem sabe, um dia,

sobre a terra nos vasos,

renasça um sol maravilhoso!

(Direitos autorais reservados)