NOTURNO ARDENTE
NOTURNO ARDENTE
Em meio àquele fogo
que ardia,
quem ardia?
A labareda que queimava
o ar do dia,
do que ardia?
E a fumaça que sufocava
o ar e o dia,
de quem ardia?
Mas as cinzas se espalhavam
pelo ar do dia,
o que ardia?
Só pela madrugada,
muito antes do raiar do dia,
é que o fogo, fumaça e cinzas
não mais se despencavam
dos cigarros de Maria,
que não mais dormia...
porque ardia.