Espectros de Porto Alegre
Na junção de quatro águas
viu-se contornos pelas Brumas;
e sons de muitas mágoas,
Pelas linfas, erravam como espumas...
Luzes tal coriscos
emanavam do obscuro Lago.
Imberbes e priscos
Temeram este extraordinário afago...
O Breu mesclava-se no Palor;
Tudo era luz em amplexo co'a Noite...
Divagava o som senil do açoite...
A fragrância era análoga à dor[...]
A centelha de vária tonalidade
mostrou-se friamente soberana:
Eram almas doutra humanidade
que não decansavam no Nirvana...
Singravam em etérea embarcão
e tinham nas mãos o coração...
Ah, aterradora visão ''surreal''!
Ah, dúvidas!!! o que será Real?!
Gritavam os intangíveis navegantes:
'' Éramos majestosas vidas!!!
Tínhamos o ''Alegre'' dantes!!!
Temos, hoje, apenas inúteis Lidas[...] ''
'' Olha e pondera, ó Porto,
a gomorra em que esta absorta !!!
Vives co'o o alento Imoto!!!
Ó Porto, estas tu de feição morta... ''
'' És tu profícuo de letícias,
Ó belo porto de mil delícias. ''
Inda tens frugais esperanças,
ó Porto, canta e viva MUDANÇAS!!!
Mas, quando incisivos trovões,
luzes de poderes vastos,
surgiram entre ares castos,
dissiparam-se os avejões[...]
Voltou tudo tal qual estava,
e os Porto Tristenses choraram:
Nas lágrimas a memória fulgurava,
mas tudo em pouco obliteraram...