Anjo Caído
Atentai, ó míseros homens!
É chegado o momento de minha revelação
Carregada no cortante frio da eternidade
Ouvi os fortes ventos do norte!
Eles contam uma história proibida
Eles trazem ocultamente o desejo,
A tradução das palavras há muito esperadas.
Ah, eu tenho tanto a te mostrar,
Tenho tanto a te oferecer, ó tênue humanidade!
Para além dos limites da física, abro-te os portões
Aonde podes trilhar os caminhos da superação da carne
A fronteira da dor a exibir as deformidades de tuas pelejas
Desde a serpente no trono da Babilônia
Sob a volúpia da mais sórdida prostituta
Para sempre, para sempre! Sou o retorno ao teu início
Imortal reflexo em teu coração
O cálice de todos os brios,
Outrora derramado sobre meus exércitos
O mais excelso saber, hoje insuficiente
Para avaliar a beleza perdida
Ó terra infame!
Por que abraçaste minha queda?
Das boas-novas deste-me apenas infaustos corvos!
Cansado das mil faces que me cercam
Rasga-me o peito o excesso de inúteis sacrifícios
Morte reluzente no machado
Sangue da nascente de tuas mãos
Sangue que alimenta o fogo da danação
Mas em minha justiça,
Repousa o prêmio final de todas as ganâncias
Aceita, ó pútrido caráter, o mais puro ouro!
Pois para mim basta tua fraqueza de espírito