SILÊNCIO MORTAL

Vejo sua boca calada

Encho seus ouvidos de nada

Escuto trombones do que não foi dito

Sinto cheiro das palavras (...)

Morro de fome pois meu ouvido não as come

Teço na mente o porque do não dizer

Feito serpente armo o bote

Preparo a fala de quem se cala

Hoje é o dia do não dizer

Bebamos o copo vazio

Comamos a morte do boi assada

Giremos na ausência de som...

...de uma caixa de musica

Na velocidade da luz apagada ...

...se propaga um grito mudo

Ecoa na esquina vazia do meu olhar

uma onda de sonoridade silenciosa.