FRAGMENTOS DE MIM

Às vezes sinto um imenso vazio sem tu é dia sem passarada

E sem o conteúdo de teu ser sou um ser sem cio

Sou luto, pois tudo que possuo é o tudo de meu nada...

Você é o fim dos meus sonhos

Contigo estou dentro desta loucura até o fim

Não estamos nesta vida pra vencer os demônios

Mais sim para os ignorarmos

E se assim o fazemos deliberadamente os vencemos...

De tudo podemos fugir

Mais nunca do que olhamos na frente do espelho

Falamos de superpopulação

E de controle de natalidade

Mais talvez você não (ex) tivesse a oportunidade

De estar lendo estas letras que seguem a realidade

A dor de um amor perdido

Não pode ser medido por palavras que se erguem

É ferida que não sangra é nó que não desata

Quando fecho meus olhos não te vejo só te escuto

Tu és uma voz de um anjo que balbucia em meus retintos instintos

Mas não posso identificar quem és só te sinto

Ecoando em meu íntimo recinto

Às vezes a natureza faz dos ventos e tempestades

Um bruto a se vingar dos seus predadores...

Olha.... Olha para mim vês que estou sem tu

Olha o céu sou ele sem o urubu

Olha estas cores cinza sem o verdadeiro azul

Olha como me olhas

Como me desfolhas

Como me desfias feito desjejum

Tomando coca com este teu rum

Atiças-me feita índia mestiça em total bebum!

Minha culpa é a parte de mim que me retalha

Minha culpa de teres me deixado por um detalhe

Minha culpa é leite azedo que talha

Que migra nos poros de minhas gotas de migalhas

Simples assim é essa amante que não me deixa

De madeixa de letras incontidas a dona inspiração

Que trazem sempre as carcomidas flores

Que nos inundam nos ocasos dos dias

São beligerantes como os insetos viajores

Que não param em nossa mente de favo

Em que uma abelha rainha se intitula

A mãe dos neurônios letras

Que suga de meu jardim

As essências de meus olhos flor

Pestanas de polens

Também levam minha dor

Ferrões de meu desamor

Cravado no peito do poeta qual mosca varejeira

Como uma marreta impúbere que se deixou amar

Por uma abelha que só me sugava o licor

E sugado me abandonou ligeira

O dinheiro era a essência de seu amor

O sonho é a ponte entre o futuro e a realidade do agora

Quando chegar a hora de cruza-la já não existe a ponte

Somente o desejo de cruza-la e não mais olhar pra trás...

Pessoas procuram decifrar coisas

Dentro e fora de si e quando as acham

Estão sempre procurando outras que não conseguem achar

Sinto no ar teu fulvo olhar

E sentir é molhar as pontas dos dedos no mar

É poder sentir quem já existe em todos os oceanos de minha paixão

O sal é a minha certeza de que nada mudou entre nós

Cabeça de poeta é uma desgraça

Você entra e é tanta traça

Que não sabe por onde começa

Ou por onde termina a rua e a viela que te leva ao banco da praça

O que enterramos se não

Os pós de nosso amanhã

Tudo é estranho e tamanho

Nada é maior que o sonho de se ter vivido

Nesta terra de iludidos

Entre seres perdidos e achados

Idos aos dias que virão

Sumidos neste vale de carne e inundação

Coração empedernido sem tua carne vagueia em vão

Tantas indagações por quê?

Se a vida passa em segundos segundo as frações

E a soma das infrações só aumenta

Divagações se diluem ao leve movimento das pestanas

Continuam passando as caravanas

O coração que brama se inflama e dispara

Toda ferida que lateja um dia cicatriza e sara

Estamos no mundo do agora

O vento sopra levanta o pó

O amanhã é somente uma velha senhora

Nossa vida é uma breve ilusão

Que roda em desatino como os ponteiros das horas

No meio da luta passam as árias e tudo se esvai

As canções se enchem na melodia do vento

Neste convento de seres miseráveis e detentos

Somos um acento que um dia cai.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 28/03/2013
Reeditado em 28/03/2013
Código do texto: T4211379
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