Fantasias
Quando escrevo, desenho com as palavras;
as imagens que vejo,
delibero e faço considerações com meu Eu poeta,
mas permito que se sobressaia nele, esta veia artística.
Sou um mero coadjuvante,
a observar tempo e espaço.
Quando escrevo, deixo fluir as fantasias,
que vivencio no dia-a-dia.
Sofro os amores balzaquianos,
revelo a jovialidade em carne nua.
Transpiro meus odores heteros
e me perfumo na suave seiva feminina,
impregnada de almíscar.
Quando escrevo, deixo á posteridade a minha volúpia.
Sou o objeto que desperta o teu desejo
e as palavras que te confundem;
sou tua imaginação fluindo o sexo
e o teu olhar indiscreto perseguindo o ato,
sou tuas mentiras ou suas meias verdades.
Quando escrevo, sou amplo,
realizando nossas taras.