ROSA CHEROKEE

Tua ausência não pode ser descrita

O que sou não sei? Talvez seja um bem dentro de um malmequer

Mas um dia com certeza serei num destes rasgos de um afã

Um vaso quebrado nas mãos do coveiro que não traz de volta os cacos

Ou mesmo aquela receita de carne desfiada pelo tempo

Chamada vulgarmente de roupa velha...

Ou coisa nenhuma que o valha no fio da navalha

O tempo carnívoro nos devora

E de sobra o que nos resta das horas é a submissão

Imerso naquele adubo de barro que espera num canteiro qualquer

Pelas mãos diplomadas de um hábil jardineiro xamã

A plantar as lágrimas das lendárias rosas cherokees despetaladas

Que gentilmente exalam a sutil fragrância do meu amanhã...

*"É uma Rosa Cherokee. A história é que quando soldados americanos estavam tirando os índios de suas terras, na Trilha das Lágrimas, as mães Cherokees estavam lamentando e chorando muito, pois estavam perdendo seus filhos pelo caminho. Por condições ambientais ou doenças... E fome. Muitos deles apenas desapareceram. Então os anciões fizeram uma prece. Pediram um sinal para elevar o espírito das mães. Dar força a elas. E esperança. No dia seguinte, uma rosa começou a crescer onde as lágrimas das mães caíram.

Eu acredito que esta nasceu por sua garotinha."

- Daryl Dixon

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 14/03/2013
Reeditado em 15/03/2013
Código do texto: T4189056
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