A CORRUPÇÃO DO FUTURO (de "O Plasma")
Através de uma artimanha
da Linguagem,
eu desvelo
o Sujeito.
Comigo,
a Palavra Mágica —
protegida
das inconstâncias
da Eternidade.
Os meus olhos
contemplam
o planeta
contemporâneo
e eu vejo
que não posso
acreditar
no futuro.
O Devanir
é corrupto
e a Inteligência
é periódica.
Eu converso
com as ruas inclinadas;
com os olhos postos
nos pássaros
inflamados,
ando
pelos bosques.
Habito
uma esfera particular
do Espaço,
a que chamo
profundidade.
Como todos os homens,
eu sou fruto
do meu Tempo,
quer eu provenha
de algum lugar,
quer eu provenha
de Nenhures —
o Nada Metafísico ...
andrógino
e
misterioso.