PAISAGEM DE MARTE



Não há ar em Marte,
Não há estradas,
Morre sufocada
A minha arte...

Desfilo sozinha
Meu estandarte,
Faço minha parte
À parte.

Como é triste, Marte!
Paisagem vermelha
Sombria,
Um suceder-se sem fim
De pedras frias...

E como são frias
As pedras de Marte!
Desolada paisagem
Por onde vão caindo
Minhas partes!

Corro pelo solo
De Marte,
Sob a lenta gravidade,
Cada passo, me arde...
E vejo, ir embora
Para sempre,
Sem mim,
A nave que parte...

Estou só,
No solo de Marte...

*

 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 10/03/2013
Reeditado em 15/04/2014
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