DEVANEANDO...



Quase sem nuvens, porém, algumas
Que se consegue ver, aos pouquinhos...
Vão compondo imagens que creio, estejam
Apenas nos nossos imaginários de pessoas
Quase sempre solitárias, quase nunca,
Têm com quem comentar e aos poucos
As nuvens se dissipam e o céu volta a ficar
Solitariamente azul, como ontem, como agora.
Tal como eu, que prossigo à caminhada,
Sem nem mais olhar para o infinito.
Apenas sigo caminhando a esmo, até me deparar
Com novas descobertas que falem o mesmo idioma,
Que pensem como eu, que permaneçam de braços
Com a solidão que tanto nos compreende,
Sem nos dizer qualquer palavra, apenas nos entende
E silenciosamente, passo a passo, nos conduz
À inspiração que nos dita o que o coração cala e assim,
Seguimos os três silenciosamente, a cada momento,
Nos descobrindo, como iguais e indispensáveis uns aos outros.