Sombra de mim
Revolto o planeta, na busca do Eu,
de uma ponta de Céu, de uma estrela-agulha,
de uma bússola secreta.
E dentro do Caos, procuro equilíbrio.
Sou trapezista, sou alquimista.
Trituro as palavras, gredas ou lavas,
e com a saliva, faço a mistura,
barro as calçadas das ruas escuras
e de sombras nuas.
Vestidas assim, emergem flores
por dentro de mim... pétalas de silabas.
No Cais, as palavras...
Sou Mágica, Andarilha, sou Cigana, Vidente ...
Tenho no Sol Nascente o Poente de mim.
E neste estranho matiz de ser
do próprio o revelador contraste, projecto-me
verde, efervescente em sonhos d'alabastro.
E assim sendo ... sombra de mim
me basto.