Lua Estranha
A lua andava estranha
Naquelas noites...
Cismava sobre os muros,
Derramando uma luz opaca
E tacanha.
Dizem que ela pensava
Que era planeta,
Inspiração dos poetas,
Alvo de todas
As lunetas!
Ah, louca lua!...
Não queria ser minguante
Mas minguava,
E na ânsia de ser cheia,
Se estava nova, não via,
Não notava!
A lua anda mesmo estranha,
Achando que brilha mais
Do que todas as estrelas...
Passam nuvens de fumaça,
De fumaça, apenas,
Encobrindo a lua rasa
E basta, para deixá-la
Opaca como papel...
Não há vida na lua,
Não há nada!
Nem sequer um astronauta,
Ela é poeira nua,
Compactada...