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Lua Estranha

A lua andava estranha
Naquelas noites...
Cismava sobre os muros,
Derramando uma luz opaca
E tacanha.

Dizem que ela pensava
Que era planeta,
Inspiração dos poetas,
Alvo de todas
As lunetas!

Ah, louca lua!...

Não queria ser minguante
Mas minguava,
E na ânsia de ser cheia,
Se estava nova, não via,
Não notava!

A lua anda mesmo estranha,
Achando que brilha mais
Do que todas as estrelas...

Passam nuvens de fumaça,
De fumaça, apenas,
Encobrindo a lua rasa
E basta, para deixá-la
Opaca como papel...

Não há vida na lua,
Não há nada!
Nem sequer um astronauta,
Ela é poeira nua,
Compactada...




 

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 02/03/2013
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