Dali e eu

Estranhei a obra de Salvador Dali

A primeira vez que vi

Inconscientemente me vi

Elementos reais em interações impossíveis

Sentimentos como os elementos

Interações como as possibilidades

Certezas escorregadias

Convicções alteradas

Todas ali, como se por Dali, pintadas

Sentimentos conhecidos

Em arranjos descabidos

Como se concebidos em sonho

Louco era Dali, não eu

Para pintar estranho

Para pintar assim meus sonhos

São é não conceber-se o que se é

Estranho e louco era Dali

Para acreditar em mim sem ver-me

Louco é enxergar-se o que não é

Lógico e normal sou eu

Descartando o íntimo que era meu