No fim das contas meu céu perdeu a validade
E os santos
Meio perdidos
Despedidos
Quiseram dormir
Mas foi só o tempo de decidir:
Encarar os estendidos olhos magoados
Fingir que não está tudo acabado
Contar do imenso nada
Disponibilizar a vaga
Meu céu desmanchou com a chuva
Depois mostrou a cara lavada
E agora diz que não sabe de nada
Que fia a reza diária
Que joga a esmola pingada
Meu céu fechou pra balanço
Deu folga pra tudo que é santo
Ficou sentado no espaço
Sentado olhando calado
Fumando um cigarro barato
Depois levantou,
Sacudindo a poeira das calças
Pigarreou pra falar a verdade
Esqueceu por uns tempos
A dogmática vaidade
Contou que o espetáculo acabou
E os santos
Vão ser muito bem embrulhados
Que é pra não ficar tudo tão frágil
E não quebrar tudo tão fácil
Meu céu abriu falência
E pediu aos credores
Pra esquecerem a diferença
Reforçou os cadeados,contou os trocados,
Comprou passagem , embarcou...e seguiu viagem